segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Alto fante no José do Pinho

A Rádio Comunitária Alto Falante pretende retomar as atividades Sociais



Desde de 2003, a Rádio Alto Falante, situada da zona oeste do Recife faz trabalhos sociais na comunidade do Alto José do Pinho.  Em entrevista com Marcondes Santos da Banda Devotos, fala sobre as principais atividades que contribuem para um bem social da localidade.
Por
Larissa Souza.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Rede social: Nossa Nova Forma de comunicação


A Rede Social a é elogiada pela rapidez da pressa, mas, acusada de afastar lembranças pela distância, é o que diz Carla Sandra, 47 anos: “A internet tem substituído o pé das calçadas em que conversava minha mãe e brincava como meus irmãos”.
Mas, contudo, a internet ou novas formas de comunicação, os comunicadores instantâneos como o MSN, o telefone pela internet como o Skype, o vários endereços de email´s, as redes sociais como o Orkut, twitter, facebook e outros, são ferramentas baseadas em internet que possibilitou um verdadeiro reboliço nas várias formas de comunicação entre os seres humanos.
Apesar das reclamações de quem não consegue alcançar a rapidez giga da rede social, como diz acima, a Carla. Bem, contudo a internet é positiva, pois não só barateou o custo da comunicação como tornou as pessoas mais próximas. Claro, depende de como você encara esse “JUNTO”. Mas há um lado negativo que é a exclusão digital, ou seja, muitas pessoas estão sem acesso à internet e do ponto de vista tecnológico estão excluídas digitalmente. Na parcela da exclusão, destacamos as mulheres. Que somam o maior número de analfabetas digitalmente.
Por Flávia Lucena

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Cifras do Sexo!

Foto/zdeneeck
SEXO, TRABALHO E PRAZER!
Olhos pintados e bocas com a cor do pecado. Prostitutas recebem a estudante de jornalismo e educadora, Flávia Lucena, em seu quarto, e exibem as paredes que cheiram o mercado do sexo.
Évily, Dandara, Mariana, Lua e Gaga, mulheres destemidas, com nomes de guerra diferentes e estórias que se cruzam pela necessidade da sobrevivência.
O quarto de Simone Brazil é um cênico retrato, revelado pelo filme do cotidiano de mulheres profissionais que vendem fantasias em troca de moedas reais.
Brazil, como adora ser chamada, é uma prostituta de 23 anos, com 10 de cais, no Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife, município com mais de 200 mil habitantes.
A prostituta conta que no dia a dia, lida com homens negros e brancos com disfarces e necessidades diferentes. Uns com uma puta vontade de xingar e maldizer as  esposas, outros de conversar sobre o dia de trabalho, a situação profissional e a maioria  aparece para brindar o dia. Mas, o principal motivo dessa procura insana é a necessidade que devora esse ser, predominando as entranhas da virilidade masculina, a de jorrar seu líquido viscoso e de cheiro forte, na fêmea que se abre resmungando o desejo de sair voando sem dizer a quem, apenas porque ali nem todas  gostariam de estar.
Deitar-se com os homens e algumas mulheres que uma vez ou outra aparecem no bar, não incomoda Simone, pois à noite antes de assumir e se vestir com o personagem “Eva Mordida”, nome de guerra dado por suas colegas.
Antes de assumir Eva, ela se dopa com licores e algumas drogas que não lhe fazem tanto mal quanto seria se não as consumissem, já que a bebida lhe faz ser o que lhe for menos doloroso. Mordida, logo baila o salão, com peruca indiana e vestido florido, os calçados, um brinco acompanhados de meias no mesmo tom. Os adereços, bijuterias baratas, compradas nos bancos de feiras de uma cidade qualquer. Mas, no seu corpo tudo parece leve e atraente, é o que se comenta entre um copo de cachaça e garrafas de vinho de qualidade duvidosa, consumidas ansiosamente pelos clientes do bordel. “Quando saio do quarto, sou só uma profissional. E dou o que querem e pego o que preciso. É apenas uma troca”. Contou Simone com firmeza nos lábios e ainda acrescentou: “ser puta não é tão ruim como as pessoas acham. Aqui, a gente come, têm lugar pra dormir, bebe demais e ainda sai com dinheiro”, riu. Cássia, colega de quarto da Simone, que ouvia nossa conversa, disse que não gosta de ser mulher de vida fácil, principalmente porque são vítimas dos maus tratos dos homens, que só despertam suas fantasias eróticas quando as machucam sexualmente. “Uhh!, vida fácil que nada, só eu sei o que passo. Até o cheiro deles me deixam mal”, com gestos de nojo e repulsa. cuspiu “Cássia boca nua”, apelídio, também  dado pelas colegas, porque é desprovida dos dois dentes da frente.
Vítimas dos plurais da violência, as prostitutas revelam que o dia a dia as ensina a se defenderem, dando o troco com a mesma cédula, peitando cabras machos, que chegam de todo jeito, pensando que é a casa da mãe Joana. Sendo elas, seu próprio Kevin Costner, o guarda costas.
Depois de horas de embriaguez, as anfitriãs negociam o sexo. Apresentam ao “dono da vez”, o cardápio da casa, com preços e condições: “trinta e cinco é o programa. Sexo anal, vaginal e 
oral. Não faço sem preservativo. Se quiser dormir comigo paga uma diária que custa cem reais. Não beijo na boca e nem passo o telefone” Muitos odeiam quando a gente diz que “boquete só com camisinha”, chegam até cancelar o programa. Elas revelam que os clientes afirmam que é como chupar o confeito com papel, não tem gosto. Eles oferecem vantagens. Isso acontece mais 
com homens casados, que ainda mentem, dizendo que aquela é primeira vez e que nunca esteve com uma puta de bordel. As moças da casa gritam do outro lado do camarim (cortina que divide o espaço) “claro que é mentira”. Encerro Eva Mordida sorrindo voltou ao seu posto, sendo solicitada pelo cliente soado que bate ao seu quarto.

Pude fisgar ao longe, o fechamento do ciclo cotidiano de uma dama da noite, que logo após rodadas de cerveja pagas, elas se despedem do salão, lançando-se nas mordaças das fronhas babadas por muitos fregueses. Atrás da porta que se fecha ao som da dobradiça velha e enferrujada se mostram as ordens do ofício de PROSTITUTA anunciados pela fresta encontrada em algumas paredes do lugar.
As sacanagens estão espalhadas por toda parte. Muitas vezes dão folga para o afeto. Também observei que as mulheres de cabaré, são cortejadas como rainhas nos palacetes de seus sonhos e esperanças de um dia encontrar o príncipe encantado quem sabe um gringo,um chefe de turma,um engenheiro ou um mestre de obras. Amanhã será mais um dia...
Por solicitação dos senhores donos das "casas de lazer", não será possível apreciação de nenhum registro fotográfico.

Por
Flávia Lucena

A Voz e Liberdade

Cirleide Cristina foi à primeira mulher a acionar a lei Maria da Penha no Cabo de Santo Agostinho. Depois de vinte anos sofrendo violência de todas as formas, recebeu segundo ela a sua carta de alforria
A vítima, que vem de família humilde, analfabeta, mãe e mulher, Cirleide Cristina de 41 anos apanhava todos os dias. Durante o dia, era espancada, tratada como se fosse filha (se é que isso pode dizer) e de noite mulher, para satisfazer os desejos do agressor. Durante 20 anos, convivendo sob várias agressões achava que não tinha solução, porque sabia que se denunciasse, não iria dá em nada. Até o agressor, desdenhava dela, quando dizia que iria procurar seus direitos. Mas de vários casos que acontecia a sua volta, onde a mulher denunciava e o marido era solto, sabia que não iria adiantar.
Ainda mas, porque “a violência gera medo” e por isso, a família nunca se envolve, tem receio da situação e por ter aquele pensamento que o homem manda e a mulher obedecesse. Então, sentia medo e o jeito era continuar sendo a “coisinha derrubada, a negrinha, de boca cortada e cheia de hematomas pelo corpo”, como era apelidada por ele e se encontrava após as agressões. Além da violência física e moral que sofria, ainda sustentava o agressor, onde trabalhava em um pequeno comércio do centro no Cabo de Santo Agostinho. Passava o dia trabalhando e quando chegava à noite, ele aparecia só para pegar o dinheiro, tão batalhado por Cirleide.
Uma mulher que não tinha conhecimento da lei, mas sonhava na liberdade, em sair daquela situação humilhante, mas o agressor Francisco Ercílio de Oliveira de 50 anos, a manipulava sempre dizendo “homem nenhum vai preso por bater em mulher”, além de afirmar que ela e os filhos dependiam financeiramente dele para sobreviver e por não ter a ajuda da família tinha medo. Mas no dia 22 de setembro de 2006, Cirleide nasceu de novo, ganhou a tão sonhada voz e liberdade, para denunciar as inúmeras violências que sofria.
Depois de mais um dia de espancamento, Cirleide Cristina foi ao Centro das Mulheres do Cabo –CMC organização feminista não governamental que luta pelos direitos iguais das mulheres. Nesse mesmo dia, não sabia ela, mas a Lei Maria da Penha com o objetivo de criar mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, entrava em vigor e juntamente com a advogada Lucidalva Maria do CMC, foi levada a delegacia do Cabo de Santo Agostinho.
Como a lei tinha acabado de entrar em vigor, nem o delegado sabia dos procedimentos a serem tomados, mas a advogada, que já sabia da lei, pôde orientá-lo, na qual estipulou uma fiança, mas Francisco Ercílio não tinha condições de pagar. Foi detido, depois levado ao Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna - COTEL, em Abreu e Lima onde passou 4 meses e 3 dias preso.
A lei Maria da Penha foi fundamental para Cirleide, porque antes as mulheres lutavam cada uma por se e não chegavam a nenhum lugar, hoje juntas, lutam em prol dos direitos iguais entre homens e mulheres.
“Essa lei fez ele pagar todo o sofrimento que passei, depois de solto ainda me ameaçava, mas voltei ao fórum e o juiz estipulou uma distância em metros para não se aproximar da minha casa e ainda me prometeu que iria passar o natal e ano novo como nunca passai antes” contou Cirleide.
Dito e feito, foram um dos momentos mais felizes da vida dela, e sem contar a sua independência financeira, porque no final das contas, quem trabalhava e sustentava a casa era ela e continuou assim. Mas agora, muito mais segura, com uma nova vida e, sobretudo feliz.
Por
Lara Souza